Como fazemos nosso próprio biodiesel

reaproveitar oleo de fritura

Você com certeza já ouviu falar do biodiesel e de como ele pode ser uma boa alternativa para compensar os derivados de petróleo e economizar no uso destes produtos nocivos ao meio ambiente e, de quebra, dar um destino sustentável ao óleo de fritura seu e dos vizinhos. Talvez você até já tenha passado por um carro movido a óleo vegetal, pensando que o cheiro de pastel vinha da padaria da esquina, mas o que você talvez não saiba é que você pode fazer o seu próprio biodiesel em casa a partir de óleo vegetal residual, aquele que sobra de uma fritura de pastel ou bolinhos de chuva. Nós, particularmente, usamos óleo residual em uma escala bastante generosa e já rodamos alguns milhares de quilômetros, contabilizando aproximadamente 100 milhões de litros d’água salvos da poluição gerada por esse mesmo óleo vegetal residual que, descartado inadequadamente na pia da cozinha, pode afetar qualidade de vida de muita gente.

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Com relação ao Jardim do Mundo e nossa vida na estrada, algo que ficou no ar (e com cheirinho de pastel) foi a questão da possibilidade do uso do Óleo vegetal reutilizado como combustível alternativo. A verdade é que os motores a diesel foram desenvolvidos, no princípio, para rodar com óleo vegetal (os primeiro modelos foram inclusive desenvolvido para funcionarem com óleo de cânhamo), porém o lobby do petróleo levou esta alternativa, junto com tantas outras, para a obscuridade. Também é verdade que o uso do óleo vegetal requer uma boa dose de estudos e dedicação, combinados a experiência pessoal de cada utilizador.

[ Relatamos os detalhes da aventura, clique aqui para acessar.]

O segredo para descobrir se o seu automóvel pode rodar bem com o óleo vegetal está ligado a marca do automóvel, assim com qual bomba de combustível que este automóvel está equipado. Existem algumas tabelas para verificar qual a melhor opção para o uso do óleo vegetal.

Verificada a viabilidade de utilização de óleo vegetal no seu veículo, o próximo passo está ligado ao quanto você está disposto a investir para rodar, passando por misturas desde 10% de óleo vegetal para 90% diesel até 99% óleo vegetal e 1% diesel ou gasolina.

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Vou contar um pouco do nosso método, que desenvolvemos com a assimilação de varias técnicas que pesquisamos, que partem desde a escolha do nosso veículo até a filtragem do óleo vegetal residual e até o momento de ir ao tanque e acender o motor com aquele cheiro de bolinho de chuva. A respeito das possibilidades de investimento em adaptações mais profissionais, existem as adaptações simples que vão de um pequeno esquentador entre o motor e o tanque original do carro, até um sistema de dois tanques onde o condutor faz a troca dos combustíveis manualmente através de um controle. No nosso caso escolhemos um modelo mais robusto e simples de carro, que é o Mitsubishi L300 2,5, (fotos da danada no fim do texto) com um motor bastante confiável e bomba de combustível Boch, em linha e por isso escolhemos a mistura diesel X óleo vegetal residual diretamente no tanque original, sem adaptações e com as porcentagens variando de acordo com a época do ano e temperatura (com as grandes oscilações de temperatura da Europa temos de considerar a mudança de viscosidade ((mais calor menos viscosidade, maior combustão. Mais frio, maior viscosidade, combustão prejudicada)), prejudicando o arranque e desenvolvimento do motor).

[Tabela com a relação de marcas e motores e a porcentagem de óleo vegetal a ser utilizada]

A grande maioria dos automóveis movidos a diesel das marcas Volkswagen, Mercedes, Mitsubishi e principalmente os mais velhinhos são passíveis dessa mistura direta que nunca deve ultrapassar os 50%, para proteger a vida útil do motor. Até aí tudo bem, você tem um carro que pode rodar com óleo vegetal, pois você verificou isso e esta disposto a utilizar essa alternativa.

Mas você ainda deve considerar que o preço do óleo vegetal é equiparável com o do diesel. Coincidência não? Então você vai querer uma opção barata e ecológica como o óleo vegetal residual, mas o problema está justamente no fato deste óleo conter resíduos de água e partículas de materiais que devem ser perfeitamente removidas ou seu carro estará sujeito a uma constipação que não será resolvida com nenhuma receita de chá de gengibre do Jardim do Mundo.

biodiesel_recycledropletÉ preciso, antes de partir para o grande momento de ligar o motor, filtrar o óleo rigorosamente de maneira a remover a sujeira e vestígios de água que poderiam mandar o filtro de combustível do seu carro para o espaço. Com todo cuidado e precaução, deve-se aquecer o óleo por alguns minutos de maneira a desidratar o óleo. Sua casa irá cheirar como uma verdadeira churreria madrileña, por tanto, faça-o em um ambiente arejado. Assim que o óleo arrefecer deve-se passá-lo por uma peneira fina e então um filtro de calça jeans (uma perna da calça com um fundo costurado por ex.) e esperar ele fluir no recipiente limpo (este, de preferência com uma torneira a uns 3 centímetros do fundo. Você pode filtrar de uma maneira simples, como nós fazemos em casa, com um pedaço de calça jeans, uma panela grande e um recipiente limpo para receber o óleo filtrado e uma certa dose de paciência para ver o óleo filtrando devagarinho. Lembre-se de ter cuidado e não deixar nenhum tipo de resíduo afetar o óleo já filtrado, você não irá querer repetir a operação e muito menos jogar o óleo fora e correr o risco de contaminar milhares de litros d’água.

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No fórum português Nova Energia, você ira encontrar uma tabela com os modelos de automóveis e muitas outras informações úteis com relação ao biodiesel tanto quanto ao uso de energias alternativas. Vale muito apena estudar o site, pois os caras dispuseram uma coleção relevante de informações. Foi aqui onde nós aprendemos quase tudo sobre o Biodiesel de óleo de fritura, iniciando a pesquisa por esse guia básico que você acessa clicando aqui e aqui, onde você poderá dar os primeiros passos rumo a uma forma diferente de ajudar o meio ambiente.

Se você conhece alguém ou tem alguma experiência neste assunto conte-nos na sessão abaixo.

[Atenção: Os dados deste post são absolutamente experimentais, de maneira que os autores não poderão ser responsabilizados por qualquer prejuízo material ou físico ocasionado pela reprodução total ou parcial do experimento apresentado. Se você tem quaisquer duvidas sobre detalhes técnicos, físicos e mecânicos do processo, não tente reproduzir isso em casa]

A vida é um acontecimento extraordinário para ser passado sem um propósito, aqui queremos inspirar a mudança, a conexão com os ciclos da natureza, o resgate dos saberes ancestrais e manuais. Vamos juntos por esse caminho descobrindo que tudo que precisamos já está em nós mesmos.

jardimdomundo.com

8 opiniões sobre “Como fazemos nosso próprio biodiesel

  • Reply Caroline Pilz Pinnow 29 janeiro, 2015 at 13:17

    Adorei o post… muito interessante a ideia 😀

  • Reply Faun 3 fevereiro, 2015 at 1:21

    Animal a experiencia compartilhada!!!

  • Reply amadeu lopes 22 fevereiro, 2015 at 17:25

    acho que tem coisa importantes e gostei

  • Reply Gilmar Leite 17 maio, 2015 at 9:51

    Muito bom!

  • Reply Gilmar Leite 17 maio, 2015 at 9:59

    Adorei a “casa” de vocês, bem que poderiam falar mais sobre esta casa, como vocês construíram-na, como é por dentro, etc, etc, etc. E outra coisa, eu vejo frequentemente o site e o face de vocês a procura de novidades, ainda bem que sempre tem. Mas ainda assim sinto falta de informações sobre vocês, tipo onde estão, naquele dia, naquela semana, isto, obviamente, sem invadir a privacidade de vocês e muito menos tirar-lhes a liberdade, já que a proposta de vocês é exatamente esta: lliberdade.

  • Reply Milena Backes 13 junho, 2018 at 22:14

    Uau! Conheci teu blog hoje e não consigo parar de ler! Pura inspiração para mim!

    • Reply Charlene Peruchi 14 junho, 2018 at 11:17

      Olá Milena! Ficamos muito felizes por saber disso! 🙂