Uma familia nômade em busca do paraíso na terra

Pai, mãe e três filhos sem carro, sem casa, sem móveis ou objetos pessoais. As crianças, fora da escola. Esta família saiu de São Paulo e, de passagem pelo Rio de Janeiro, numa aventura em busca do paraíso na Terra, contam apenas com a troca de experiências e a vivência da generosidade, seguindo o fluxo e deixando o universo conspirar a seu favor.

A ideia da viagem partiu do filho mais velho, Biel Baum, um minichef vegetariano de 11 anos. Toda a jornada – que começou no Brasil, passará por outros países da América do Sul, chegará à Nova Zelândia e daí à pequena ilha de Niue, no Pacífico Sul – será documentada e, segundo o site da família, o filme estará disponível para diversas intervenções e distribuição gratuita. No trailer, podemos conhecer o início dessa história. Biel vivencia a experiência de ver seu melhor amigo ser acometido por um câncer decorrente do contato com agrotóxicos utilizados nas plantações de seus pais. Ao ser questionado pelo amigo sobre onde está o paraíso, ele fica sem resposta. Depois, chega a uma conclusão: o paraíso está onde as pessoas possam comer de maneira saudável.

(Esse vídeo conta um pouco da história pelas palavras da própria família:)

A família é: Rafa, o pai, Sabrina, a mãe, David, o mais novo, Raquel e Biel. Para se manterem em diversas cidades, eles contam com uma rede de colaboradores que vão surgindo ao longo do caminho. A proposta é simples: “O nosso melhor pelo seu melhor”. Dessa forma, oferecem-se para trocar experiências, talentos e habilidades. Por exemplo, o anfitrião poderá provar uma refeição natural “a la Biel Baum”, participar de programas de TV, ganhar um “mapeamento de talentos” dos membros da família e até receber um convite para conhecer Niue. Os pedidos dos viajantes são simples: companhia em uma tarde, um colchão para as crianças, um banho, um passeio, a mobilização de encontros, entre outros.

A formação das crianças fica a cargo de Sabrina C. Bittencourt, a mãe, fundadora e cocriadora da Escola com Asas – os outros cocriadores são seus filhos. Um de seus objetivos é zerar a conta bancária e viver somente à base de escambo. Enquanto esse dia não chega, ela cuida da educação de Biel, Raquel e David utilizando um método de ensino cuja missão é “Apoiar crianças, jovens, adultos e famílias na realização dos seus sonhos através do empreendedorismo social, estimulando sua capacidade de transformação e inovação, de forma colaborativa e livre.”

collage

Dessa forma, busca favorecer a cooperação, não a competição. E, para tanto, incentiva o aprendizado individual e coletivo baseando-se em conceitos como a Sequência de Fibonacci e abordando matérias como, por exemplo, “Alimentos e corpo”, “Consumo”, “Cultura local e internacional”, “Desenvolvimento de projeto/produto” e “Empreendedorismo social”. Segundo Sabrina, uma de suas grandes motivações para realizar esse projeto é deixar como legado para os filhos o exemplo de como ser bem-aventurado. Mas, exemplos é o que não faltam. Ela está envolvida em diversos projetos de cunho social, participando de startups e empreendimentos de inovação tecnológica. Por exemplo, terá um chip instalado atrás da orelha que lhe permitirá traduzir inúmeros idiomas em tempo real, quebrando assim todas as barreiras de comunicação e tornando-se um dos primeiros “cyborgs” da vida real. E pretende liberar a patente dessa tecnologia, para que fique disponível a todos.

Raquel

Tem 34 anos, carioca do Cachambi, pai do pequeno Renzo e marido da Bu. Já brincou de ser e fazer muitas coisas, e aguarda novas experiências. Anda de bicicleta pelas ruas da Região Oceânica de Niterói. Sonha em viajar o mundo e mostrar ao filho que há coisas mais valiosas que “ser alguém na vida”.

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