Reveillon tranquilo nos arredores da Serra do Cipó, MG

Foram 12 dias viajando de carro pela Serra do Cipó, município de Minas Gerais, e seus vilarejos vizinhos Lapinha da Serra e Conceição do Mato Dentro. Ao todo, 15 cachoeiras. Muitas histórias e uma virada de ano revigorante com direito a cerrado, campos rupestres, cânions, escalada, rios e muito mato.

A viagem começou pelo Parque Nacional Serra do Cipó, onde é possível chegar à algumas cachoeiras de bicicleta. Iniciamos pelo Cânion das Bandeirinhas, a 12 km da sede do parque. Foi a primeira vez que eu fiz uma trilha de bicicleta e foi uma delícia, mesmo com a tempestade de raios que nos surpreendeu na volta nos fazendo passar um dos maiores perrengues da vida. Foram rios atravessados carregando a bicicleta nos ombros e desviando de troncos e galhos. O que importa é que no fim estávamos inteiros. Cobertos de lama da cabeça aos pés, mas sorrindo. Por isso, a dica é ficar de olho no tempo nessa época do ano. Pegamos dias quentes de muito sol, mas a chuva sempre vinha carregada de raios pela tarde.

Continuando a viagem, além do Cânion das Bandeirinhas, é possível fazer outros circuitos no parque como Cachoeira da Farofa (8 km), Cachoeira do Capão dos Palmitos (5 km), Cachoeira das Andorinhas (7 km), Cachoeira do Gavião (7 km), Cachoeira do Tombador (11 km), entre outros menores.

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Fora do parque, também é possível conhecer mais uma gama de cachoeiras. Por serem privadas, são cobradas taxas de visitação, diferente do parque, onde a entrada é gratuita. As escolhidas foram: Cachoeira Grande, Serra Morena e Cachoeira de Baixo. Decidimos não conhecer a famosa Cachoeira Véu da Noiva por estar superlotada, e optamos por fazer a Trilha dos Escravos e vê-la de cima. Sábia decisão!

Fugindo da agitação da virada de ano, fomos à cidade vizinha Conceição do Mato Dentro para conhecermos a tão esperada Cachoeira do Tabuleiro, terceira maior do Brasil com uma queda de 270 metros. Simplesmente linda e com um grande poço aos seus pés. Sua trilha é composta de muitas pedras e uma longa descida inicial. Pessoas inexperientes podem ter dificuldade, mas nada que um espírito aventureiro não resolva.

Seguindo estrada, decidimos passar alguns dias em Lapinha da Serra, vilarejo próximo a Serra do Cipó. Confesso que as minhas expectativas não eram altas, mas quando cheguei nesse lugar eu simplesmente não conseguia acreditar que estava no Brasil. A sensação era de estar nos alpes suíços, mas rodeados por cachoeiras e rios.

O destaque de Lapinha da Serra, além da famosa Cachoeira do Lajeado, é a Cachoeira Bicame. Foram 6 km até o portão de entrada atravessando rios de lama onde só veículos 4×4 conseguem passar. Foi a primeira vez que mergulhei meu carro até a porta. Em seguida, seguimos 10 km de caminhada por campos rupestres inimagináveis de lindos e frios!

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Quando a foto fala por si.

Desbravar a Serra do Cipó, Lapinha da Serra e Conceição do Mato Dentro me proporcionou um reveillon atípico, como estava procurando. Além da grande variedade de cachoeiras, as inúmeras vias de escalada fazem de lá uma referência nacional de turismo de esporte e aventura. Se o seu planejamento de final de ano envolve festas e agitação, sugiro que busque outra alternativa. Ou melhor, proponho que se deixe surpreender pela beleza desse lugar maravilhoso! Feliz ano novo! 🙂

 

Turismóloga por formação, viajante por destinação. Foi com as viagens que conheci o que a vida tem de melhor a me oferecer. Com as andanças, descobri a perfeição da natureza e o apreço à Fotografia. Com meus devaneios, o amor à Psicologia. No mais, como uma boa pisciana, sigo sonhando acordada por aí aprendendo com a vida. Remando de canoa havaiana, praticando yoga, cozinhando quitutes vegetarianos, me pendurando em qualquer galho, mergulhando onde houver água.