Kombucha: aprenda como preparar esse milenar probiótico

Kombucha é uma bebida milenar, bastante consumida na culinária oriental. É basicamente um chá verde ou preto fermentado e probiótico, ou seja, com microrganismos ‘do bem’ que previnem a colonização de bactérias indesejáveis no intestino e ainda atuam controlando a imunidade da mucosa gástrica, prevenindo a invasão de agentes infecciosos.

Os microorganismos da colônia interferem diretamente na saúde. Mudam todo o corpo, o intestino funciona melhor, a bebida é anticancerígena (tratando-se de câncer de colo e intestino) e também diminui o colesterol ruim. O chá também é indicado para quem sofre síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, inflamação intestinal e até infecção urinária. O ideal é tomar de 100 ml a 300 ml por dia.

Nos Estados Unidos a bebida é muito popular e existem diversos restaurante que até servem a bebida. Além disso, lá eles vendem o chá já pronto em supermercados – o que facilita muito o cultivo se uma nova colônia para produzir mais chá!

Para fazer kombucha é preciso ou uma colônia ou ao menos de um pouco de kombucha pronto. Felizmente, é fácil conseguir em grupos de doação no Facebook, em fóruns, blogs ou mesmo comprando. No Mercado Livre, procure comprar a mãe que venha com um pouco da bebida pronta para facilitar o preparo. Não é fundamental, mas ajuda no começo.

Abaixo, Lucas Montanari, da Com Ciência Saúde, empresa que ministra cursos e presta consultoria sobre alimentação viva, ensina o passo a passo para fazer a bebida.

Ingredientes:

– 1 litro d’água;

– 5 gramas de chá por litro d’água (receita básica usa chá verde ou preto);

– 50 gramas de açúcar cristal por litro;

– 100 ml de kombucha pronto;

– Suco de frutas ou especiarias;

Utensílios:

– 1 vidro (pode ser de palmito, esterilizado com água fervendo);

– Garrafinhas de plástico de 330 ml;

– Pano limpo;

– Elástico e peneira.

Modo de preparo:

– Em uma panela de sua escolha, ferva a água e dilua o açúcar. Desligue o fogo, acrescente o chá e tampe a panela por dez minutos.

– Com a peneira, coe o chá e deixe o líquido esfriar bem.

– Dentro do vidro de palmito, adicione 100 ml de uma kombucha já pronta. Na sequência, adicione o scoby (uma cultura viva, de aspecto gelatinoso, parecida com uma massa de panqueca, composta por bactérias e leveduras) dentro do mesmo vidro.

– Cubra com tecido limpo (TNT, fralda ou Perfex novo) e ponha um elástico de borracha na boca do vidro para segurar o pano. O tecido não entra em contato com o líquido.

– Depois de cinco dias (em média), quando a bebida estiver com um sabor levemente adocicado, o líquido deve ser novamente peneirado. O scoby que ficou na peneira deve ser guardado para as próximas infusões na geladeira e dentro de um outro vidro com 100 ml de água, para manter a colônia viva.

– Separe o líquido em garrafas de plástico e deixe 10% da garrafa vazia para adicionar o suco de frutas de sua escolha. Podem ser utilizados sucos integrais orgânicos prontos, frutas batidas, como limão, maçã, morango e abacaxi, ou apenas especiarias, como cravo, canela e gengibre. – Feche a garrafa com uma tampa que lacre bem.

– A partir daí, começa a segunda etapa da fermentação, quando o açúcar da fruta é fermentado. É nesse passo que a mistura começa a soltar gás carbônico, o que dará o efeito gaseificado da bebida.

– A garrafa fechada deve ficar de 24 a 48 horas fora da geladeira. Esse processo deve ser acompanhado, a garrafa não pode estufar nem deformar demais.

– Depois desse período, ela está pronta para ser consumida. Se não for beber na hora, a kombucha dura na geladeira fechada por até três meses. Mas o ideal é fazer a quantidade para duas semanas, pois a fermentação não para na geladeira, somente desacelera.

Dicas: 

– Kombucheiros de primeira viagem não devem usar garrafinhas de vidro para o armazenamento. Por conta da pressão produzida pela fermentação, o recipiente pode explodir;

– Evite colocar toda a receita em uma única garrafa grande, pois toda vez que você abrir para beber, o contato da bebida com o ar vai transformá-la em vinagre, como acontece com o vinho;

– Não use utensílios metálicos na hora do armazenamento, pois o metal reage quimicamente com a colônia de bactérias;

– O chá verde ou preto pode ser substituído por chá mate, de hibisco ou jasmim. Hortelã e capim-santo têm óleos que destroem a colônia, então não são recomendados.

Quem não deve tomar kombucha?

Não se recomenda a mulheres grávidas ou que estão a amamentar, devido à presença de heparina (anticoagulante); o Kombucha é prejudicial durante o último trimestre da gravidez. Na amamentação, pode actuar como um potente laxante no delicado, e ainda pouco desenvolvido, sistema digestivo do bebé.
As pessoas hemofílicas devem evitar a ingestão de Kombucha também devido à heparina. Não é recomendável para pessoas alérgicas ao chá preto ou ao açúcar.

Referências:
http://www.kombu.de/portugis.htm
http://www.earthcalls.com/kombucha/index.shtml
“Kombuchá – Bebida Saudável e Remédio Natural do Extremo Oriente”, Günther W. Frank, Ed. W. Ennsthaler, A-4402 Steyr, 1995.

A vida é um acontecimento extraordinário para ser passado sem um propósito, aqui queremos inspirar a mudança, a conexão com os ciclos da natureza, o resgate dos saberes ancestrais e manuais. Vamos juntos por esse caminho descobrindo que tudo que precisamos já está em nós mesmos.

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